quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os cheiros da minha vida...

              Muitas coisas nos marcam ao longo de nossas vidas. Um filme, uma música, uma roupa, uma cor, um lugar, um livro... Eu poderia citar milhares de exemplos, mas creio que todos sabem muito bem do que estou falando, porque todas as pessoas passam por isso e sentem aquela nostalgia ao voltar no tempo para algum momento, em alguma memória que foi reativada por causa de uma dessas coisas. No meu caso, além de todas essas coisas e outras mais, o que me faz voltar ao passado para deliciosos momentos são os cheiros. 
              Da minha infância lembro com carinho dos cheiros que me rodeavam. Cheiros esses que, na época, eu não imaginava que se tornariam memórias. O cheiro da comida da minha mãe quando chegava da escola, o cheiro de terra molhada nos finais de semana no sítio, o cheiro de casa limpa, das minhas roupas lavadas nas minhas gavetas, o cheiro do desodorante do meu pai que estava sempre espalhado pela casa toda manhã quando eu acordava, o cheiro das provas escolares impressas no mimeógrafo, o cheiro de gasolina quando meus pais abasteciam o carro. Que infância! 
              Já na minha adolescência lembro de adorar o cheiro de livros novos, meu orgulho ao sentir o cheiro delicioso da primeira comida que eu fiz,  o cheiro do primeiro garoto que beijei, aos quinze anos, vai sempre me lembrar a passagem de minha infância para minha adolescência, o primeiro perfume que comprei para impressionar o primeiro garoto por quem me apaixonei me lembrará sempre que eu nunca soube paquerar, o cheiro de incensos sempre me lembrarão das minhas tentativas de encontrar respostas para perguntas que parecem não ter respostas, e o cheiro do cavalo que eu cavalgava quando fazia hipismo sempre me lembrará de um dos poucos momentos em que eu conseguia esquecer do mundo e esvaziar minha mente, e o cheiro de mato quando subíamos ou descíamos a serra na carroceria do carro sempre me lembrarão de minha família. 
              Hoje posso dizer que tive uma infância e uma adolescência "bem cheirosas" e bem vividas. Tem muitos outros cheiros que me marcaram e fizeram minhas memórias ainda mais intensas. Espero que os próximos cheiros sejam tão gostosos quanto os que já sentí até agora, e tão marcantes quanto, para que, daqui a alguns anos, eu tenha ainda mais para escrever sobre todas essas memórias cheirosas e deliciosas da minha vida adulta!        

4 comentários:

  1. Hummm... ótimo post, fiquei aqui a lembrar dos "meus" cheiros de infância, adolescência e juventude.Até os ruins lembrei, de qd ia a velórios.O cheiro de tristeza, e falta de consolo e lágrimas...enfim, verdade, as fragrâncias, os odores e os cheiros nos fazem revier momentos.

    Beijos Bia
    Vivi

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  2. De repente percebi que fiz parte de sua infância. Transformava o meu amor por vocês em pratos que vocês "achavam" deliciosos.Nos seus pratos o tempero não podiam aparecer. Era preciso ralar, moer, triturar para que só o cheiro e o sabor aparecessem.De todos esses cheiros, um sempre me lembra você: incenso.
    As respostas a essas perguntas que no momento você não encontra, virão com o tempo.Viva o dia de hoje, seja feliz com o que você tem. Escreva muito (esta é a sua arte). Vá lapidando seu dom.
    Ame a vida. Ame a Deus sobre todas as coisas.Misture cores e cheiros. E, não posso deixar de agradecer por recordar-se de um tempo feliz. Como é feliz o dia de hoje. Tribulação não é sinal de infelicidade. É aprendizado.
    Bj, sua mãe

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  3. Não foi erro de português, foi erro de digitação... rsrsrsrsrsrs

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  4. Bem falado, Bia. Até hoje quando aparece um cheiro você faz uma viagem no tempo, é impressionante. =D

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