sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pátria Minha!

Este poema foi escrito por mim há uns doze anos. Naquela época eu ainda parava para assistir jornais, queria mais e mais informação. Queria entrar para a política, acreditava que conseguiria fazer diferença. Cheguei a ser presidente de partido na cidade onde nasci. Hoje, depois de tanto tempo, não sei se conseguiria fazer isso de novo. Se tem uma coisa que não me atrai mais é política. Confesso que estou bem por fora desse assunto, e prefiro assim. Hoje creio que os políticos tem culpa sim de tudo o que se passa. Eles estão lá porque os colocamos, para nos representar. Mas quando eles não fazem o que tem que fazer, o que NÓS fazemos? Isso mesmo... NADA! Então deixo aqui um pouquinho da minha indignação, e um pedido: mais atitude!

Pátria Minha

Quando criança aprendi
Que devia respeitar a bandeira
Mas quando eu cresci
Vi que tudo é brincadeira

Devemos escolher com o coração
A quem damos o voto na eleição
Devemos crer nas promessas
Pois a população tem pressa

Mas ninguém leva a sério
Vivemos em uma falsa democracia
Facilmente comparável ao império
E todo o domínio se evidencia

Nos altos preços da gasolina
E quem é que domina?
Na corrupção dos policiais
Que são na verdade inimigos nacionais

Bandido tem até celular
Para o "negócio" comandar
Traficante fecha comércio
E quer até cargo político

Ao menos o dólar está caindo
Mas os preços continuam subindo
Não se pode nem ficar doente
E eu que votei nessa gente...

Beatriz Adami

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pense a respeito.


Há momentos que ficamos tristes, com a auto-estima abalada, achando que tudo na vida está errado. Mas nesses momentos algumas pessoas que se importam interferem, tentam mostrar que não devemos nos deixar dominar por esses sentimentos e que estão lá para ajudar no que puderem. Essas pessoas nos dizem algumas verdades, que doem, e nos dão a distorcida impressão que essas pessoas estão contra nós, que não nos entendem, que não se importam. Ou até mesmo que elas não nos querem bem, que querem nos colocar para baixo e rir da nossa desgraça. Parece que tudo está errado, que nada dará certo, e que as pessoas se afastam porque não se importam com nossos sentimentos. O que não percebemos é que as pessoas se importam, e tentam nos ajudar como podem, e nos mostrar que não é bem assim, que ainda há coisas boas, que elas estão lá, que devemos continuar na luta, na ativa, levantar a cabeça e encarar tudo de peito aberto. Mas nós, dominados pela angústia, pela tristeza, pelos sentimentos negativos, raiva, frustração, ficamos cegos e achamos que esses “puxões de orelha” são pura incompreensão. Nos revoltamos, nos afastamos, tomamos atitudes erradas. Ficamos com tanto medo de sofrer que magoamos as pessoas e as afastamos de nós. E quando elas vão, achamos que a culpa é delas, e não nossa. Elas que não tiveram paciência, que não fizeram o menor esforço para nos entender e ajudar, que não gostam de nós. Mas não percebemos que, quando elas se afastam, é porque a coisa já chegou a um ponto insustentável. E ninguém, absolutamente ninguém, é obrigado a aturar pessoas que não querem ver o que está diante dos seus olhos para o resto da vida. Portanto, talvez devêssemos observar melhor nossas atitudes e pesar muito as palavras que usamos. Pensamentos ruins, momentos ruins, todos temos. É a forma como os encaramos que faz a diferença. Estar passando por um momento difícil, por uma situação complicada, um acontecimento doloroso, e não fazer nada para melhorar isso não resolve. Os judeus dizem que devemos chorar nossos mortos por sete dias. Concordo, e encaixo nessa colocação tudo o que é ruim. Se algo está ruim, seja o que for, chore, coloque para fora, desabafe. Com certeza há um ombro amigo para ouvir e ajudar no que puder. Mas depois que fizer isso, pare para pensar no que vai fazer para resolver essa questão. E coloque em prática. Se lamentar todos os dias por algo que não vai bem só prolonga e aumenta o sofrimento. E uma mudança de atitude e de pensamento já é parte da solução.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os cheiros da minha vida...

              Muitas coisas nos marcam ao longo de nossas vidas. Um filme, uma música, uma roupa, uma cor, um lugar, um livro... Eu poderia citar milhares de exemplos, mas creio que todos sabem muito bem do que estou falando, porque todas as pessoas passam por isso e sentem aquela nostalgia ao voltar no tempo para algum momento, em alguma memória que foi reativada por causa de uma dessas coisas. No meu caso, além de todas essas coisas e outras mais, o que me faz voltar ao passado para deliciosos momentos são os cheiros. 
              Da minha infância lembro com carinho dos cheiros que me rodeavam. Cheiros esses que, na época, eu não imaginava que se tornariam memórias. O cheiro da comida da minha mãe quando chegava da escola, o cheiro de terra molhada nos finais de semana no sítio, o cheiro de casa limpa, das minhas roupas lavadas nas minhas gavetas, o cheiro do desodorante do meu pai que estava sempre espalhado pela casa toda manhã quando eu acordava, o cheiro das provas escolares impressas no mimeógrafo, o cheiro de gasolina quando meus pais abasteciam o carro. Que infância! 
              Já na minha adolescência lembro de adorar o cheiro de livros novos, meu orgulho ao sentir o cheiro delicioso da primeira comida que eu fiz,  o cheiro do primeiro garoto que beijei, aos quinze anos, vai sempre me lembrar a passagem de minha infância para minha adolescência, o primeiro perfume que comprei para impressionar o primeiro garoto por quem me apaixonei me lembrará sempre que eu nunca soube paquerar, o cheiro de incensos sempre me lembrarão das minhas tentativas de encontrar respostas para perguntas que parecem não ter respostas, e o cheiro do cavalo que eu cavalgava quando fazia hipismo sempre me lembrará de um dos poucos momentos em que eu conseguia esquecer do mundo e esvaziar minha mente, e o cheiro de mato quando subíamos ou descíamos a serra na carroceria do carro sempre me lembrarão de minha família. 
              Hoje posso dizer que tive uma infância e uma adolescência "bem cheirosas" e bem vividas. Tem muitos outros cheiros que me marcaram e fizeram minhas memórias ainda mais intensas. Espero que os próximos cheiros sejam tão gostosos quanto os que já sentí até agora, e tão marcantes quanto, para que, daqui a alguns anos, eu tenha ainda mais para escrever sobre todas essas memórias cheirosas e deliciosas da minha vida adulta!        

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Beatriz Adami é assim...

                          Esses dias minha mãe contou que quando fala sobre mim para as pessoas, diz que sou um espírito livre, que vivo em um mundo diferente. Ela diz que não me apego às pessoas, que não me apego aos lugares, que não me apego a nada além do momento em que vivo. Achei isso bonito. Não sabia que minha mãe conseguia me ver tão bem... mas ela é minha mãe, não é? Se ela não me visse, ninguém mais me veria. Realmente tenho um espírito muito livre, dificilmente me prendo. Gosto de ir e vir quando bem entendo. Permito que as pessoas entrem na minha vida, mas quando resolvo que elas devem sair, eu mesma as tiro.
           Tenho muitos conhecidos, pessoas de quem eu realmente gosto muito, espalhadas por ai, pelo mundo. Tem lugares que eu acho que são divinos, como Fernando de Noronha, por exemplo. Vivo a minha vida de uma maneira muito tranquila, mas intensa. Sou muito emocional, mas minhas emoções estão intimamente ligadas à razão. Quando acho que alguma coisa ou alguém não me faz bem, não penso duas vezes e mudo tudo. Não tenho medo de ir a lugares onde nunca estive e onde não conheço ninguém. Não tenho medo de conhecer pessoas e de confiar nelas.Tenho uma fé imensa na humanidade, mas sei também até onde devo deixar essa minha fé me guiar. Não tenho medo de viver.
            Acho que a única coisa que ainda me assusta é a solidão. Gosto de estar sozinha as vezes, me esconder, e colocar os pensamentos e as minhas emoções em ordem. Me isolo quando necessário, mas nunca por muito tempo. Acho que esses momentos comigo mesma são necessários para que eu ainda lembre quem sou, o que quero, do que gosto, do que me faz bem, de quem me faz bem. Mas quando esse tempo sozinha se prolonga, isso me entristece, e eu me sinto fraca, e é nesses momentos que corro para os braços e ouvidos das pessoas queridas, e lembro que elas estão lá. E assim, volto a seguir cheia de confiança.  Fico dias sem ligar, sem mandar mensagem, sem aparecer na internet... mas lembro todos os dias de quem me faz bem, de quem eu gosto, de quem eu sei que está comigo. E depois, eu procuro essas pessoas com uma vontade imensa de as apertar num abraço enorme.
              Quanto aos lugares, nos primeiros dias, eu fico encantada, apaixonada, extasiada, louca para conhecer cada canto. E então eu conheço tudo, ou quase tudo... e passo a me sentir entediada, e então necessito imediatamente ir para um outro lugar que vai estar cheio de novidades, de pessoas, de coisas. Aprendo, vejo, pesquiso, busco tudo o que posso, e então quero recomeçar em outro lugar. Estou sempre em busca de mais, e mais e mais. Acho que a vida tem muito para oferecer e por isso não paro quieta.